19.6.07

dou por mim a desenhar textos sem sentido nenhum quando menos espero. hoje depois de falar com a P., falava-lhe sobre as coisas que eu lia quando tinha 10 ou 11 anos. dizia-lhe que não eram certamente apropriadas para a minha idade. Demasiado depressivo. poetas tristes com palavras tristes. hoje, quando regressava pela rota dos vinhos, a conduzir, escrevi um post na minha cabeça. daqueles que não tem fim. pensei que devia comprar um gravador para que sempre que me surgissem assim eu os pudesse gravar e depois escrevê-los aqui. que depois perdem-se na minha cabeça. não os decoro. a vida, os dias, as obrigações, levam-me tudo o que não seja o básico da vida. de uma vida qualquer. mas de imediato achei que não. que quando escrevo muito aqui não é bom sinal. poderia dizer-se que tenho andado a "encher chouriços" . textos de outros, musica, musica (o que eu gosto de musica. dos poemas. das vozes roucas, quentes.), imagens que para mim valem por todas as palavras que me consomem. mas isto não é um blog. não se contabiliza visitas ou comentários. não se faz publicidade a. isto sou apenas eu de vez em quando. nada mais. pouco já me vou importando com o que os outros pensam sobre o que aqui escrevo. que se lixe penso muitas vezes. ás vezes nem penso nisso. escrevo apenas. como se aqui fosse algumas vezes o caixote do lixo onde largo as coisas que me atormentam e em outras fosse a caixa preciosa onde deposito o amor que não posso entregar em mãos ou na pele. que se lixe. não é um blog. nem sei o que é. é. apenas e basta-me. é triste isso. é triste fechar-me e não partilhar. é triste secar assim nesta forma que só os meus olhos interiores veem. não compreendo a vida nem os dias nem o tempo. o mal deve ser tentar entender. a minha alma há muito que anda perdida. a minha alma é a única que sabe de mim. de nós.
só as nossas almas sabem de nós.