Gosto de blogs pretos. "São sempre os melhores" disse uma vez o JC. Gosto de andar de link em link a descobri-los. Há tantos blogs de fundos coloridos e que no fundo são pretos. Violeta. Outros preto-corvo. O que se escreve por norma nesse tipo de blog é muito visceral. Arrancado a ferros ás vezes. Eu já não arranco nada. Só o pensar em forçar a palavra, dói. Por isso este blog já morreu tantas vezes, já mudou de nome outras tantas, já foi apagado pela dor, rasgado pela raiva da vida, já renasceu tantas vezes. Não é de admirar pois que ele desapareça de vez em quando, que se passem dias sem que uma só gota de palavra caia no seu fundo preto ou que apareçam palavras como gotas de chuva em dias de tempestade. Tudo ao sabor do vento, que me bate nas asas que não tenho mas que os fantasmas ao meu lado que me acompanham no cigarro que fumo e com quem tenho longas conversas em noites de insónia afirmem que "sim senhor, tens asas e nós, nós não somos os únicos a conseguir vê-las."