Está tudo na internet. É o que dizem. Então pensei, se está lá tudo também eu lá devo estar. Ontem à noite achei-me em vários comentários que fui deixando aqui e ali. (A Dia não fosse ter o anjo loiro doente e talvez já soubesse que através do BlogRolling cheguei ao blog dela e andei a ler os arquivos, os comentários que estão para trás (na realidade só procurava os meus), e encontrei quem como eu, leia e só volte para comentar quando já há três ou mais posts novos. Ri-me por o Goiaoia (e aqui fui ao blog dele para ver se o nome estava correcto) dizer que gosta muito de encontrar comentários meus lá pela tralha, e quase fui ás lágrimas quando no blog do Filipe (o blog que mais referências fez à barca. Ao todo tem meia dúzia de posts dedicados à lyra ou à barca de Lyra e já me levou um ou dois posts inteiros.). encontro as conversas absurdas e hilariantes que se mantinham naquelas caixas de comentários, quando por lá andava a Nataly e em que eu e ela falávamos sobre o blog sem dono que afinal era o dele. E que ele só ainda não tinha conseguido domar.
Devo estar em mais sítios. Passo por outros onde aparece o nome da constelação com palavras escritas por mim mas não me reconheço. "Devia andar por aqui" penso.
Leio o que escrevi no fim de 2004 (quase nada se perde na internet. Quase.) e de novo as lágrimas.
Que más que tem sido estas semanas. Mas lá está, tudo tem um outro lado. Tudo.
Lembro-me de um dia em 2005 estava eu embalada pelo sono que a noite tinha sido de trabalho e o telefone acorda-me. Fico uns minutos estática a olhar para o telefone a achar que deve ser um milagre porque aquele numero nunca aparece ali a chamar-me e sai-me um sorriso enorme, do fundo da alma e falo de um cavalo branco que foi de imediato substituído por um cavalo preto caso saísse o euromilhões a um de nós.
Isto porque gostava que tudo se resolvesse assim com a compra de um cavalo preto mas não resolve, é tudo um bocadinho mais complicado que isso. Porque é que tem que ser?
Mas este é o outro lado, o lado bom. O lado feliz e onde afinal me encontro. Onde estou, onde tenho estado.
A avó não tem chegado e tenho-me sentido sozinha, e hoje está tanto frio. O corpo devia prever este frio dai ter-me procurado tão longe.
Estava aqui. Estava aqui à espera que as palavras surgissem de novo, que às vezes me doem em demasia e evito escrever porque nessas alturas sou insuportável até mesmo para mim.
Foi sete? Foi não foi? Já passaram dois, quase três. Faltam quatro... Não se pode falar com Deus para que ele encurte o tempo antes que fiquemos secos? Tenho falta da minha inocência mas continuo como diz a P. uma desbocada que chega a parecer insana por dizer o que lhe vem à cabeça. Infelizmente é assim. Vivemos num mundo onde os estados emocionais e sentimentalismos são considerados fraquezas, onde devemos esconder sentimentos e estados de alma tudo para que a opinião que os outros têm sobre nós seja a melhor. (Oh Deus sou uma perturbada! Mas devo disfarçar bem fora daqui porque tenho uma vida normalíssima!)
(é o que dá, é o que dá guardar palavras. Depois misturam-se todas.
Sonhei contigo esta noite.)