12.6.07

Devia escrever-te mais vezes. Mas leio-te sempre e sei que sabes. Sabes também que fiquei imensamente feliz quando no jardim tudo brilhou.
Devia ter-te dito logo que lamento que tenhas perdido quem tanto amavas.
Devia ter dito logo tanta coisa.
Mas há dias em que tenho muita piedade de mim. E outros em que não quero maçar os outros com a minha personalidade pingue-pongue. E outros em que não me apetece nada.

Não me apetece escrever mais. Não! Não me apetece é desnudar-me. Falar de mim.
Volta na volta, como se a minha vida fosse um carrossel, como a bailarina talvez, tudo parece assustador.
e só me apetece largar o teclado. Mas foram as palavras que tantas vezes me libertaram do peso dentro do peito.
Talvez seja esse peso que anda aqui dentro de novo e que me faz escrever-te. Logo agora que tu tens tanto em que pensar.
Talvez seja a certeza que não suporto mais as tempestades. Talvez seja a certeza que tanto morremos do veneno como do antídoto.