1.8.07

SILÊNCIOS(COISAS DE LYRA), porque este blog é um imenso testemunho de fé. Em diversos sentidos. Porque a Lyra é um diamante e não sabe disso


e depois chorei.

e depois chorei com o gesto palavra que foi um abraço no coração e ela, ela talvez nem soube no momento em que ia escrevendo letra a letra, que às vezes basta um gesto pequenino, uma ou duas palavras, para libertarmos rios presos dentro de nós.Que a escrita me morre nos dedos, nos olhos, a todo o momento. Que escrever é como se acrescentasse mais peso ao peso que o mundo já tem.
Que eu não, eu não me queixo. Que não gosto de me queixar e aparentar uma desgraça eminente que até nem existe (ás vezes.). Detesto escrever triste e fazer doer os outros e a mim. Detesto esta escrita que sai como um fogo que me arde os sentidos e a pele. Mas eu só queria um abraço... Diz uma voz que não sei de onde sai mas que só eu oiço e que me apetece descobrir onde tem a garganta para a poder apertar até que estas vozinhas que só eu oiço e que me tornam tão frágil por dentro (Meu Deus! O mundo não é dos frágeis. Dá-me os dias felizes de volta. Tu não me ligas, tu já não queres saber de mim. Vai-se a minha fé todos os dias mal abro os olhos e bebo o café que me rouba dias de vida (dizem eles, que sim, que o café em jejum faz mal.) e tu não me fazes acreditar.), até que esta vozinha se cale.
Mas eu já não me queixo. Já só aceito os dias e a vida assim tão à superfície, sem me lembrar que tenho uma alma, sem me lembrar a quem e onde pertenço. E pareço mais feliz e espontânea e extrovertida. E pareço tão de bem com a vida.

Mas é naqueles momentos em que se faz silêncio, daqueles silêncios que mesmo que não queiramos conseguimos ouvir a nossa alma e todas as vozinhas que existem (talvez só) na cabeça dos doidos, que a escrita moribunda, contrariada nos outros tantos dias e que calamos porque não nos apetece escrever triste, que não nos apetece revelar nem a olhos estranhos, porque assim escrita a dor, ainda que no preto parece ganhar mais força e as dores não se querem ainda mais dolorosas, que chega alguém e sem pedir nada em troca te dá o lenço e te diz que podes limpar naquele pedaço de tecido, os olhos que fervem, porque há muito que viu que um dia mais cedo ou mais tarde a lava ardente vai escorrer.
Talvez queime tudo em redor. Talvez serene.