8.5.06

Marcam-se férias. 15 Dias já reservados, cheios de praia, esplanadas, muito sol. Dias de puro descanso. O ano passado Lagoa, onde da varanda assistimos ao espectáculo do Martinho da Vila e dançamos o tema " Mulheres". O anterior Alvor. O antes Portimão. Não se procuram sítios com muita actividade nocturna. Para isso há os fins-de-semana quando os há. E sempre que o pé e o resto do corpo fogem para a dança. Um dos maiores prazeres. O Kizomba nas noites quentes de verão descoberto há 3 anos. O riso com que se veste o forró e depois apetece a música electrónica. Música, música sempre música. Dançar está na alma. No corpo inteiro. Fecha-se os olhos e o corpo vai.
Até às férias (para fins de Julho) trabalha-se. Aqui em casa nunca se trabalhou tanto. Tudo para cansar o corpo. Cansar, cansar o corpo todo. Cansas o corpo esqueces a alma. Dás-lhe uma hora de remo mais uma hora de aeróbica três vezes por semana (mais não, só porque as aulas são três vezes por semana. Fossem todos os dias e o corpo andava mais cansado.) e quando caís na cama estás tão cansada que a tua cabeça só te pede "dorme, dorme!". Ainda há noites (ontem foi uma delas) em que o cansaço é tanto que não adormeces. Caís de sono, dói-te o corpo, fechas os olhos e no entanto não dormes.
Segue a vida, segue sempre. Uma roda-viva. Queixaste do tempo que não tens mas no fundo não te importas. Queres não ter tempo. Mas depois há o trabalho. E sentas-te à secretária e enfrentas as tardes, as noites. E é quando chegam as noites, que tudo se veste de calma e de silêncio, que defronte à janela vês a lua ali pendurada no céu, como se a tivessem colocado de propósito frente aos teus olhos, só para que não te esqueças que tens alma, que tens um coração que rebenta de tanta ternura, sempre que a pele dos braços fica arrepiada só de pensar nos olhos cansados que vivem dentro de ti.